The Amazon Post
ANDRÉ MACHADO(EMAIL)
SÉRGIO MATSUURA (EMAIL)
The Amazon Post: o que fará Jeff Bezos com um dos maiores jornais americanos nas mãos?a de liderar a transição do “Washington Post” para o novo ambiente das mídias móveis digitais Matthew Ryan
RIO — A pergunta do momento é: afinal, o que vai fazer Jeff Bezos, criador da Amazon, com o grupo do jornalão “Washington Post”, que adquiriu na semana passada por US$ 250 milhões? Será Bezos o expoente da geração de empresários da web que encontrará a solução para gerar receita no jornalismo on-line? Cacife ele tem: além de ser dono de uma fortuna de US$ 25 bilhões, Bezos é praticamente o pioneiro dos processos de e-commerce como hoje os conhecemos, tendo escrito o plano de negócios da Amazon numa viagem de carro de Nova York a Seattle em 1994. E, além de formado em computação, ainda jovem ele trabalhou em várias financeiras de Wall Street, aprendendo tudo sobre o mercado de ações. Sem falar que sua especialidade é a obsessão com o serviço para o consumidor, chave do sucesso da maior loja on-line do planeta. “Nosso foco obsessivo na experiência do cliente é nossa vantagem sobre as revendas tradicionais”, já disse Bezos numa entrevista.
Para Ken Doctor, analista de novas indústrias e autor do livro “Newsonomics”, que lista as tendências do jornalismo na era digital, Bezos pode ser o homem certo para a empreitada. Segundo ele, para começo de conversa, do ângulo dos donos do “Post” já era hora de encarar o problema financeiro. “A indústria de jornais sabe muito bem que os próximos cinco anos podem representar uma transformação digital tão brutal quanto a anterior”.
— Já do ponto de vista de Bezos... bem, poderíamos nos perguntar, porque não Mark Zuckerberg em vez dele? Porque, ao contrário de Zuckerberg, uma figura quase puramente “digital”, Bezos é conhecido como um leitor voraz de notícias e livros (daí a Amazon) — diz Doctor. — E ele traz três vantagens. 1) Construiu seus negócios (e continua a fazê-lo)