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Sabe-se que o conceito de felicidade carece de definições pontuais. A troca incessante do homem pelo equilíbrio entre realização material e emocional é o que confronta sua razão e emoção, na tentativa de alcance de uma autossatisfação plena que se convenciona chamar de felicidade. Por isso, as sucessivas gerações de sociedade procuram estabelecer modelos que sintetizam essa busca, ditando parâmetros que, ilusoriamente, organizam e homogeneízam aspirações que são, em essência exclusivamente individuais.
No contexto da atual globalização, há quem associe autorrealização em princípios previamente estabelecidos pela lógica capitalista de adequação. Em um tipo de Darwinismo Social, preza-se pela competição materialista em prol do sucesso profissional e financeiro, no qual alcançam a felicidade aqueles que melhor se adaptam à dinâmica do mercado , ao cumprimento das exigências sociais e a consequente potencialização do individualismo. Para esses, o alcance da felicidade só é viável quando se consegue atingir o que a sociedade impõe como parâmetros para o desfrute de uma vida financeiramente confortável , de forma que, somente após isso possa-se iniciar uma nova busca pelo equilíbrio emocional.
Contudo, pensar em autossatisfação plena conforme modelos alheios e padronizados se toda essencialmente paradoxal .A felicidade é um conceito primeiramente individual, uma vez que cada ser humano tem suas próprias projeções , sem que essas necessariamente estejam adequadas às exigências e visões externas. O conflito entre o que se almeja a sociedade superestima é o que conduz os indivíduos a um constante desequilíbrio emocional, tornando-se refém dos seus próprios anseios e, consequentemente, incapaz de sentir-se plenamente feliz. Isso justifica, por exemplo, a considerável procura atual por "receitas" para a autorrealização representada por livros de autoajuda que vendem ideia de felicidade impressa.
Dessa forma, nota-se que, ao contrário do que a