Texto: DEL RIO, Vicente; GALLO, Haroldo. O legado do urbanismo moderno no Brasil. Paradigma realizado ou projeto inacabado?. Arquitextos, nº 006, novembro 2000. O texto em questão faz uma análise pormenorizada sobre o legado do urbanismo moderno no Brasil, destacando os elementos positivos e negativos. Tanto nas expressões arquitetônicas como nas expressões urbanísticas, a herança modernista no Brasil foi muito forte, inclusive mais emblemático que muitos outros países. O autor revela que as expressões urbanísticas se firmaram após as expressões arquitetônicas, já no contexto do Estado Novo, quando se teve a proposta de construção de uma nova nação, moderna, industrial e progressista. Um momento muito significativo para o movimento modernista foi a construção de Brasília, em 1961. Nos anos trinta e quarenta, quando a arquitetura modernista já se encontrava consolidada, havia duas vertentes que caracterizavam o urbanismo, uma que o autor chama de culturalista e outra a progressista, liderada por Lúcio Costa. O modelo culturalista se inspirava nas propostas do Plano Agache e as largas avenidas, na cidade concêntrica, e também com traçados influenciados pelos exemplos das cidades jardim. Os loteamentos, especialmente aqueles destinados às classes mais altas, eram fracionados entre amplos espaços arborizados, com ruas tortuosas e tinham um clima bucólico. Estes jardins residenciais são bastante valorizados, muitos com proteção do IPHAN em seu traçado e volumetria. Esta vertente culturalista vai ser suplantada pelo modelo progressista-modernista liderado por Lúcio Costa. A vitória deste segundo modelo é explicada pelo contexto que o Brasil vivia naquele momento, com o projeto de construção de uma nação industrializada e progressista. O urbanismo e arquitetura modernistas preconizavam a solução dos problemas por meio da experiência própria, baseada na razão, e negava a autoridade da tradição e do legado histórico “sobre o qual o modernismo se afirma por negação