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Estudos apontam que a baixíssima produtividade brasileira vem enfraquecendo a economia local. Estamos atrás de países como Argentina e Peru em rankings que medem a competitividade global. A conjuntura econômica favorável para mudar esse cenário até existe – só no estado do Rio de Janeiro, espera-se o aporte de 311 bilhões de reais na economia, gerando 300 mil novos empregos. Qual é então o entrave brasileiro que dificulta o ganho de produtividade? Para especialistas em gestão de pessoas, a resposta é simples: pessoas desmotivadas. “O trabalho precisa, de fato, trazer sentido, ou melhor, significado para as pessoas; se não for assim, elas deixam o ambiente que não observa essa necessidade”, defende a consultora Jacqueline Arruda, coordenadora do Comitê Temático do Congresso RH-RIO.
Poucas empresas estão atentas a esse cenário. Segundo a consultora, o erro começa pelo conceito equivocado do termo “produtividade”, que é traduzido como o que o profissional produz e que gera valor para a organização. Jacqueline explica que empresas que buscam exclusivamente benefícios para si e não consideram, como prioridade, o investimento no sonho de seus colaboradores dizimam a capacidade humana de produção de suas equipes. Não se trata de uma opinião, mas de constatação. Pesquisas no mundo inteiro confirmam que as empresas que dividem lucros e conquistas com os empregados se perpetuam no mercado.
Além desse aspecto, outro fator limitante é a qualidade educacional do país. “A produtividade na força de trabalho não vai ser acelerada enquanto a educação de qualidade não for democrática, para todos”, alerta Marta Pimentel, gerente-coordenadora dos programas abertos da Fundação Dom Cabral (FDC). Mas há uma luz no fim do túnel. Psicóloga com pós em gestão de RH, Marta vê, hoje, um empresário mais maduro para lidar com o lado humano da produtividade, até mesmo em função dos problemas sociais, ambientais e econômicos pelos quais não apenas o Brasil, mas o mundo está