Texto
27 a 29 de maio de 2009
Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil.
A DESIGUALDADE E A INVISIBILIDADE SOCIAL
NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
Ava da Silva Carvalho Carneiro1
O objetivo central deste artigo é analisar a desigualdade social e, consequentemente, a invisibilidade social. Estes temas centrais na constituição da identidade do povo brasileiro serão analisados a partir de uma interlocução entre a Sociologia e a Psicologia desenvolvidas por Jessé Souza e Fernando Braga da Costa, respectivamente. Estes dois autores apontam em suas obras a desigualdade social como um fenômeno constituinte da sociedade brasileira. Jessé Souza também critica a visão de autores da sociologia clássica quanto o surgimento da desigualdade na história da colonização do Brasil. Para evitar o reducionismo, os autores buscam compreender a invisibilidade social a partir de uma investigação aprofundada do tema da desigualdade e para isso, dialogam com diversas perspectivas ao darem conta de temas eminentemente históricos nesta sociedade. Palavras-chave: desigualdade social; invisibilidade social; sociedade brasileira.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo constrói uma interlocução entre dois autores, o sociólogo Jessé Souza e o psicólogo Fernando Braga da Costa. Eles discutem em suas obras a invisibilidade de atores sociais envolvidos, e encobertos, pela desigualdade historicamente construída na sociedade brasileira.
Em 2006, Jessé Souza lançou o livro A invisibilidade da desigualdade brasileira que, embora trate de forma mais específica o tema da invisibilidade social, faz parte de um longo projeto deste autor pelo desenvolvimento de uma teoria social crítica para explicar a modernidade periférica e a elaboração de uma alternativa teórica em relação aos paradigmas do personalismo/patrimonialismo. Segundo Souza (2000), autores da clássica sociologia brasileira como Sérgio Buarque de Hollanda,