texto voluntario tcc
O final do século XX presenciou o crescimento da consciência da sociedade em relação à degradação do meio ambiente decorrente do processo de desenvolvimento. O aprofundamento da crise ambiental, juntamente com a reflexão sistemática sobre a influência da sociedade neste processo, conduziu a um novo conceito, o de desenvolvimento sustentável. Este conceito alcançou um destaque inusitado a partir da década de 1990, tornando-se um dos termos mais utilizados para se definir um novo modelo de desenvolvimento. Esta crescente legitimidade do conceito não veio acompanhada, entretanto, de uma discussão crítica consistente a respeito do seu significado efetivo e das medidas necessárias para alcançá-lo. Na medida em que não existe consenso relativo sobre o conceito, observa-se uma disparidade conceitual considerável nas discussões referentes à avaliação da sustentabilidade do desenvolvimento.
Chegar a um roteiro para o desenvolvimento sustentável em Angola, como em qualquer situação, requer que se parta de um quadro de referência mais geral, envolvendo aspectos conceituais e bases para compreensão da noção da sustentabilidade (ambiental e também socioeconómica). É o que desejo fazer aqui, tratando de algumas perspectivas do problema do desenvolvimento, suas restrições, limites, possibilidades e regras, passando por dimensões da sustentabilidade, por um necessário modelo económico com fundamentação ecológica, pela visão de custos (externalidades negativas) do processo económico, entre outros pontos, até alcançar os desafios específicos do caso angolano.
Estou de acordo quanto à ideia de que, antes de tudo, o desenvolvimento consiste em uma questão de valores humanos e atitudes a realizar, de objetivos definidos por sociedades e critérios para determinar o que são custos toleráveis a serem aceitos, e por quem, no processo de mudança que o processo envolve. Isso, mais do que a modelagem de alocações óptimas de recursos, a promoção de competências ou a