texto de angela ganem sobre smith
/Adam Smith traduziu os interesses individuais em bem-estar, tirando-os de uma posição de caos potencial, o mercado então seria uma forma de organização da sociedade. A partir dessa visão smithiana, duas leituras da obra surgiram, gerando grandes discussões no meio dos pensadores político-econômicos. A primeira tese propõe a ruptura com o pensamento de Adam Smith, apoiando-se na ideia de dois universos conceituais que não dialogam, ou seja, a “Teoria dos Sentimentos Morais” é uma obra da imaturidade e do devaneio filosófico, que é totalmente dispensável para o entendimento da “Riqueza das Nações”. A segunda tese explora o sentido de continuidade da obra, resgatando a competência filosófica do autor, onde este aproxime a moral da economia. O trabalho de Angela Ganem foi tentar construir relações existentes entre as duas obras, sendo que, a fim de pensar sobre o assunto, ela vai articular 4 conceitos apresentados em 3 movimentos: experiência e imaginação, imaginação e moralidade e moralidade e interesse. Experiência e imaginação O empirismo recupera a historicidade dos sujeitos e as sensações como fonte de conhecimento e de aprender sobre a ação humana. A partir da experiência, o sujeito smithiano pratica o segundo grande aspecto da TSM, que é o exercício da imaginação, pois só a partir da experiência podemos nos colocar no lugar do outro e a partir da imaginação nos é possível conceber quais são as suas verdadeiras sensações. O exercício da imaginação, portanto, se traduz no colocar-se no lugar do outro e vivenciar, com isso uma situação introduz uma sofisticação na análise da ordem social. Na TSM, A. Smith nos mostra a importância de termos regras morais e regulatórias dos processos sócias. Este ponto teo´rico distancia, certamente, o sujeito smithiano do homem racional, microfundamentado da ordem neoclássica, agente atomizado e isolado que, através de sua racionalidade onisciente, dá respostas conscientes e automáticas na máquina