Texto adaptado mentes captas mauro razi
6528 palavras
27 páginas
Na sala de espera, sob o quadro de Rembrandt e retrato de Freud, os analisandos aguardam o início da sessão. A aparência deles é péssima. Parecem doentes, cansados, abatidos. Uns vestem o kimono, outro espirra, outro leva um lenço à boca, tosse. O clima é de absoluta desolação. Entra uma analisanda de macacão dourado, sandálias douradas de salto, peruca loira e óculos escuros, trazendo flores. Os que estão na sala olham espantados para ela.Ela tira os óculos e diz:
DORA: Oi Turma, já começou?
TODOS: ... Dora!!
Todos os demais analisandos vão chegando, se reconhecendo e começam a falar de seus traumas, problemas pessoais e sociais. Por última analisanda, entra a personagem Poly que entra disfarçada de mendiga por causa dos assaltos que ao falar tira os andrajos e está toda chiquérrima por baixo. Depois, todos vão à cena com livros sobre temática esquizofrênica, sem sentido e pede trocas, leitura de títulos etc...
Seguem outros diálogos. Fazem exercícios\terapia de grupo - todos em circulo de mãos dadas.
(A PORTA DA SALA DE SESSÃO ABRE-SE MITERIOSAMENTE. ELES SE CALAM. ENTRAM NA SALA, COMO SE FOSSE PARA O MATADOURO. NÃO HÁ NINGUEM. DE REPENTE. A DOUTORA ROSA CRUZ SAI DE TRÁS DA PORTA, FEHANDO-A VIOLENTAMENTE COM O PÉ E DIZ MAL HUMORADÍSSIMA.)
DOUTORA: Vocês melhoraram não foi?
Poly: - Ai, doutora.... Sempre brincando de nos assustar...(Poly vai ao centro e:
Um analisando vai ao centro da cena para doutora analisar seu sonho enquanto a doutora faz mil coisas. No final, ele sai correndo da cena, desesperado para fora do consultório. Doutora pergunta quem mais sonhou. E todos e alguns dizem: Não... Não! Faz tempo que não sonho. (...)
DOUTORA ROSA: Quem é que vai hoje pra o tatame? (...)
AMARACY: Sou eu Doutora. (...) É. A primeira vez...
Dora: Ela tem medo que lhe roubem o namorado. (...)
DOUTORA: O que eu sou obrigada a escutar. (...)
POLY “... A senhora é bruta, doutora. É bruta!.”
DOUTORA: (CAPTANDO IMEDIATAMENTE O PENSAMENTO)... Que? Quem pensou