Tetano e Tularemia
I – INTRODUÇÃO
O tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por um bacilo denominado Clostridium tetani, que produz uma exotoxina chamada tetanospasmina, capaz de atingir o Sistema Nervoso Central após entrar na corrente sangüínea. Para que este bacilo penetre no organismo é necessário que haja uma porta de entrada, seja ela um ferimento leve ou grave. O Clostridium tetani está presente e livre no meio ambiente, juntamente com poeira, areia, excrementos, objetos enferrujados, instrumentos cirúrgicos não esterilizados e outros. A palavra tétano vem do verbo grego teínein e quer dizer distender, esticar, estirar. No latim tetanus é traduzido como rigidez de um membro, contração espasmódica dos músculos do corpo. O período de incubação do bacilo do tétano varia entre 3 e 20 dias, a infecção tende a ser mais grave quando os sintomas surgem poucos dias após a exposição, quando a porta de entrada situa-se próximo ao sistema nervoso central, quando não há história vacinal anterior. O tétano não tem um diagnóstico laboratorial, sendo este reconhecido apenas pelos sintomas que aparecem com o decorrer da doença, dentre eles as contraturas, e sua gravidade já era conhecida desde a antiguidade quando Hipócrates já dizia que todo espasmo que se segue a um ferimento é mortal. Na literatura isso se explica porque “quando liberada para dentro da corrente sanguínea, a tetanospasmina adere a terminações periféricas, principalmente dos neurônios motores, dirigindo-se então ao longo dos nervos até os corpos celulares de origem situados no SNC, porém sem afetar sua função. Apenas quando penetram nas terminações pré-sinápticas dos Inter neurônios medulares inibitórios é que irão aparecer os sinais de tétano. Resulta um aumento no tônus muscular, dando contrações espásticas características da doença” (Pagliuca Lorita Marlena Freitag, et.al, 2001). O primeiro sinal clássico do tétano é o trismo, que é a contratura dos músculos