Teologia
Era uns anos mais velho que eu, um homem de fortuna considerável e família de próspera. Vantagens que ele nem desprezava nem superestimava, graças a sua grande capacidade. Algumas circunstâncias singulares em sua historia pessoal o haviam convertido para em objeto de atenção, interesse e até de estima, que não diminuíam nem seus modos reservados nem as ocasionais mostras de angústia que às vezes o acometiam e o levavam a uma alienação mental.
Eu era todavia um jovem e havia começado a viver cedo; porém mi intimidade com ele era recente: assistimos a as mesmas escolas e universidade; mas seu passo por elas me havia precedido, e ele já se havia iniciado a fundo no que se tem chamado o mundo, enquanto eu estava no noviciado. Durante esse tempo, escutei detalhes em abundância tanto de sua vida passada como da presente e, ainda que nestas narrações havia muitas e irreconciliáveis contradições, podia eu inferir que ele não era um ser comum, senão alguém que, ainda que se esforçasse por não ser conspícuo, seguia sendo notável.
Havia travado conhecimento com ele e tentei conquistar posteriormente sua amizade, porém parecia que esta era inalcançável; os afetos que pudesse haver sentido aparentavam ter-se extinguido. Tive suficientes oportunidades para observar que seus sentimentos eram intensos; pois mesmo quando os podia controlar, lhe era impossível encobri-los por completo; sem embargo, tinha a faculdade de dar a uma paixão a aparência de outra, de modo que resultava difícil definir a natureza do que sucedia em seu interior; e as expressões de seu rosto podiam variar com tal rapidez, ainda que ligeiramente, o que resultava inútil tratar de esquadrinhar sua origem.
Era manifesto como o dominava uma angústia incurável; porém nunca pude descobrir se era