tempo cronologico do livo "olhai lirios do campo"

Tempo:
O tempo fictício na obra é analisado em vários níveis. Em relação à época em
Que se passa a história, li que se passa aproximadamente na década de 30, período
Da Era Vargas, considerando que é em 1938 que a obra é publicada. Além disso, Eugênio é adulto quando está dentro do carro fazendo a reconstituição de sua autobiografia. Nessa fase a revolução já havia terminado, uma vez que, pouco tempo após a formatura do médico acontecera a revolução, e a reconstituição de sua autobiografia começa depois de ele ter se casado, aproximadamente cinco anos mais tarde. Para explicarmos melhor, volto a uma 33 passagem da narrativa em que Eugênio, já formado, faz uma cirurgia, enquanto isso acontecia a revolução de 30:

Eram onze horas e lá fora o combate continuava. Ouvia-se o tiroteio, longe. Havia pouco, uma voz anunciara no corredor: “O quartel ainda não se entregou”. (...)
Eugênio ficou a escutar o tiroteio. Nunca acreditara na possibilidade daquela revolução (VERISSIMO, 2005, p. 74-75).

Na obra dessa análise o tempo na narrativa não é linear, ou seja, altera a ordem natural dos acontecimentos, pois o enredo começa horas antes da morte de Olívia, Eugênio tenta encontrá-la viva. Assim, o tempo tem indas e vindas em que o médico tenta relembrar seu passado através de associações mentais e, ao mesmo tempo, vive o presente de modo perturbado, já que carrega consigo o arrependimento. Esse tempo da memória, não-linear, ajuda a entender a complexa personagem Eugênio . Assim, o tempo não-linear também pode ser chamado de tempo psicológico: Entende-se como tal o tempo filtrado pelas vivências subjetivas da personagem, erigidas em fator de transformação e redimensionamento da rigidez do tempo na história. (...) Diretamente relacionado com o devir existencial da personagem, o tempo psicológico é também referencial da sua mudança, do desgaste e erosão que sobre ela provoca a passagem do tempo e as experiências vividas (REIS &