Temas da Sociologia Brasileira
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
FSL0523 Temas da Sociologia Brasileira (vespertino)
Prof. Dr. Luiz Carlos Jackson
Maíra Yassumi Nakazone de Mello nº USP 7974250 Avaliação Final
Resenha do livro “Relações Raciais entre Brancos e Negros em São Paulo”, de Roger Bastide e Florestan Fernandes
A sociologia brasileira da década de 1950 estava em ascensão no que diz respeito à sua autonomização enquanto disciplina e campo profissional. Os primeiros sociólogos formados no Brasil começavam a trilhar suas pesquisas relacionadas à formação do povo e da cultura do país; entretanto, a questão racial aparecia coberta por uma ideia de democracia racial pautada nas ideias de que no Brasil haveria uma relação harmoniosa entre diferentes origens raciais e de que não existiria racismo, mas sim discriminação da cor em decorrência da classe social correspondente no geral os brancos encontravamse nas camadas mais altas, e os negros nas camadas mais baixas.
Contudo, um grupo de pesquisa coordenado por Roger Bastide buscou outro tipo de interpretação para a questão racial brasileira. Patrocinado pela revista Anhembi e pela
UNESCO1, Bastide supervisionou uma extensa pesquisa congregada na obra de 1951 intitulada “Relações Raciais Entre Negros e Brancos em São Paulo”. Junto ao professor, colaboraram Florestan Fernandes, Virgínia Leone Bicudo, Aniela Meyer Ginsberg e Oracy
Nogueira. Esta presente resenha visa analisar apenas os capítulos produzidos por Roger
Bastide e Florestan Fernandes, a saber: “Introdução”, “Manifestação do preconceito de cor” e
“Efeito do preconceito de cor”, escritos por Bastide, e “Do escravo ao cidadão”, “Cor e estrutura social em mudança” e “As lutas contra o preconceito de cor”, escritos por Fernandes.
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A UNESCO, após o