Telecentros Comunit Rios
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Telecentros comunitários - Uma resposta à "exclusão digital"Fredric Litto
No passado, quando os "coronéis" do Brasil não queriam que novas idéias inconvenientes chegassem aos seus territórios de mando, fizeram tudo para que nem a estrada de ferro nem a telegrafia chegassem perto. Meu amigo David Thornburg gosta de citar, neste contexto, o cientista inglês Francis Bacon, que já em 1601 asseverou que informação e conhecimento representam poder, observando ainda o fato de muitas pessoas deterem o poder e não quererem compartilhá-lo. As palavras exatas de Bacon eram: "Nada destrói a autoridade tanto quanto o intercâmbio desigual e inoportuno de poder, quando for estendido demais ou relaxado demais". Isto é, quando compartilhamos o conhecimento com outras pessoas, estamos compartilhando o poder também.
Estamos testemunhando uma nova era, na qual o equivalente moderno da estrada de ferro ou da telegrafia, a Internet, pode e deve ser usado para realizar o intercâmbio da informação e do conhecimento, e com isso compartilhar o poder entre todos os usuários-cidadãos. Uma maneira de fazer isso é a implantação de sistemas de "telecentros comunitários", uma via de duas mãos usada pelos cidadãos para comunicar entre si e com os órgãos governamentais que existem para servir a sociedade.
Um "telecentro" é um lugar físico, de fácil acesso público, que oferece gratuitamente serviços de informática e telecomunicações, num contexto de desenvolvimento social, econômico, educacional e pessoal. Sua concepção se baseia na crença de que "o cidadão tem o seu poder aumentado quando tem acesso ao conhecimento".
Telecentros representam uma ferramenta para diminuir a crescente distância entre cidadãos "ricos em conhecimento" e aqueles "não-ricos em conhecimento". A literatura científica sobre Telecentros revela centenas de exemplos de projetos nessa linha de desenvolvimento comunitário na África, na Ásia e na América Latina nos últimos dez anos. De fato, o termo "Telecentro" é aceito