tecnologia de aplicaçao
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Manuseio e Aplicação de Defensivos
Agrícolas em Meloeiro
Francisco Roberto de Azevedo, Jorge Anderson Guimarães, Raimundo
Braga Sobrinho, Daniel Terao e José de Arimatéia Duarte de Freitas
Introdução
O Nordeste brasileiro é responsável por 94% da produção nacional de melão (Cucumis melo L.), e grande parte dessa produção concentra-se nos pólos irrigados do Vale do Mossoró/Açu, no Rio Grande do
Norte e no Baixo Jaguaribe, no Ceará. Os produtores dessas regiões praticam uma agricultura altamente tecnificada e utilizam grande quantidade de defensivos agrícolas para controlar pragas e fitopatógenos que ocorrem nas lavouras (SILVA e COSTA, 2003; ARAÚJO e VILELA, 2003).
Cerca de cem defensivos agrícolas estão registrados e autorizados para essa cultura, representando 58 princípios ativos e 28 grupos químicos diferentes. Cerca de 30% são classificados como extremamente tóxicos ou altamente tóxicos, 46% como moderadamente tóxicos e 25% como pouco tóxicos. Do ponto de vista do potencial de periculosidade ao meio ambiente, dos 60 defensivos registrados, que possuem classificação ambiental, 92% são classificados como produtos altamente perigosos, muito perigosos ou perigosos
(FREITAS, 2003).
Os defensivos agrícolas são essenciais para qual-
quer sistema de produção agrícola e, por serem substâncias de alto risco, devem ser empregados de forma criteriosa. Trabalhar com eles implica em obediência a um conjunto de leis, normas e técnicas que visam garantir a segurança do trabalhador, a saúde do consumidor e o equilíbrio do meio ambiente (GONÇALVES, 1999).
A aplicação desses produtos é realizada, em geral, de forma preventiva e intensiva ao longo do cultivo, ocasionando o empobrecimento da biodiversidade benéfica à cultura do melão, induzindo o desenvolvimento de espécies-praga resistentes às substâncias químicas utilizadas, contaminando o solo e as águas com resíduos químicos e causando intoxicação aguda e crônica aos