Teatro
POBREZA E MISÉRIA NA FARSA DA BOA
PREGUIÇA DE ARIANO SUASSUNA
Irley Machado1
Resumo: O presente artigo busca fazer uma análise entre os personagens
Aderaldo e Simão da obra de Ariano
Suassuna Farsa da Boa Preguiça. Dentro do estudo desenvolve-se uma associação e se estabelece à diferenciação entre as palavras pobreza e miséria e pretende-se mostrar que nem sempre o pobre é miserável, embora o rico possa sê-lo.
Palavras-chave: Personagens, Ariano
Suassuna, Pobreza, Miséria
Résumé: L’article qui suit cherche à faire une analise entre les deux personnages de l’oeuvre de Ariano Suassuna Farsa da boa preguiça. Dans cet étude une association a été développée entre les mots pauvreté et misère et aussi la diférenciation qu’il y a entre elles. On a aussi l’intention de montrer que le pauvre n’est pas toujours misérable alors que le riche peut l’être malgré sa richesse.
Mots-clés: Personnages, Ariano
Suassuna, Pauvre, Misérable
A obra de Ariano Suassuna intitulada Farsa da boa preguiça, escrita em
1960 é considerada pela crítica como uma de suas obras primas. Ela tem como tema o elogio à preguiça, ou como melhor define seu autor o elogio ao “ócio criador do poeta”.
A farsa, segundo André Tissier “é o único gênero dramático que sobreviveu a Idade Média” (Tissier, 1999: 8)2 . Em sua origem ela era uma pequena peça representada, no centro ou no final de um mistério ou moralidade, para relaxar a atmosfera ou cativar um pouco mais os espectadores.
Pouco a pouco se tornou um texto autônomo e se constituiu num gênero dramático independente. A farsa pertence ao teatro popular, às “camadas inferiores” da população, e é representada onde o público vive e onde predomina uma atmosfera de festa. Na Idade Média, a farsa era a adaptação de fábulas ou de contos da literatura oral. Este procedimento é igualmente utilizado por Suassuna: ele se inspira nas histórias populares do nordeste para a criação de sua