Teatro de Gil Vicente pdf
TEATRO:
Pode-se dizer que, em boa parte, o teatrólogo e ator português Gil
Vicente é fruto de uma época. Criou o que se convencionou chamar de teatro vicentino, caracterizado pelo poder da sátira.
Sua biografia repleta de incertezas se dá aproximadamente entre
1465 e 1536, no contexto do que se convencionou chamar de
Humanismo português.
É um período iniciado em 1418, quando D. Duarte nomeia Fernão
Lopes como guardador da Torre do Tombo, o arquivo central do
Estado Português desde a Idade Média, e termina quando Sá de
Miranda retorna da Itália, em 1527, trazendo para Portugal a cultura clássica.
O QUE FOI HUMANISMO:
O Humanismo é um período de transição entre o fim da Idade
Média e a Idade Moderna. Caracteriza-se pelo crescimento das cidades e o enfraquecimento do feudalismo. Com a perda de poder dos senhores de terras, os reis se aliam aos burgueses, principalmente comerciantes, passando a dividir com a Igreja o poder político.
Uma consequência direta, na área cultural é a criação de bibliotecas fora dos conventos. Os direitos ligados à individualidade também são valorizados. Começa a se abandonar o teocentrismo em busca de valores relacionados às próprias possibilidades de desenvolvimento, mas sem abandonar totalmente o temor a Deus.
ESTILO:
Gil Vicente cresce nesse universo. Escreveu autos, comédias e farsas, em castelhano e em português. São conhecidas 44 peças, 17 em português, 11 em castelhano e
16 bilíngues. Destacam-se dois gêneros:
a) os autos, com a finalidade de divertir, de moralizar ou de difundir a fé cristã; e
b) as farsas, peças cômicas de um só ato, com enredo curto e poucas personagens, extraídas do cotidiano.
Entre os autos, a Trilogia das Barcas (" Barca do Inferno", 1517; "Barca do
Purgatório", 1518; e "Barca da Glória", 1519) reúne peças de moralidade, que constituem uma alegoria dos vícios humanos; e o "Auto da Alma", de
1518, encena a transitoriedade do homem na vida