Tambor de mina ssão luís do ma.
Embora nem toda a população maranhense freqüente terreiros, é difícil encontrar alguém no Maranhão que não tenha incorporado no seu sistema de crenças e práticas religiosas ou médicas alguma coisa da religião africana. Mas o Tambor de Mina (manifestação religiosa afro-brasileira típica do Maranhão), apesar de se manter até hoje como um sistema religioso autônomo, possui muitos pontos de contato com o Catolicismo, com o Kardecismo, com a pajelança de origem ameríndia e com práticas culturais de origem européia. Por isso nem sempre é fácil apontar quais das suas práticas e crenças são de origem africana e quais as que têm outra origem. (FERRETTI, 2001) O termo religião afro-brasileira engloba uma variedade de manifestações religiosas existentes no Brasil, algumas originadas há muitos anos de religiões africanas tradicionais, outras organizadas no Brasil há algumas décadas, onde o culto a entidades espirituais africanas, o transe mediúnico e a integração de elementos do catolicismo são bastante conhecidos. Entre elas podem ser citadas: o Candomblé, surgido na Bahia e hoje encontrado em muitas cidades brasileiras; o Tambor de Mina, organizado no Maranhão e muito difundido em Belém do Pará e em São Paulo; e a Umbanda, hoje difundida em todas as regiões do país e absorvida por terreiros das mais diversas denominações religiosas afro-brasileiras. (FERRETTI, 1996) A diversidade da religião afro-brasileira começou no tempo da fundação dos primeiros terreiros, pois os africanos que vieram para o Brasil pertenciam a diversas etnias. Embora os estudos sobre as origens do negro do Maranhão não tenham avançado muito, sabe-se que, na capital do estado, os escravos da Costa da África (daomeanos e yorubanos) eram mais numerosos e que Codó recebeu mais negros banto (angolanos, congoleses) e senegaleses do que da Costa da África. A memória de pais-de-santo maranhenses registra a vinda para o estado de negros bijagó, cambinda, fantiashanti,