tabalho final
5º Seminário de Mercado de Capitais (Anbima), São Paulo, 24/11/09
Autora: Mário Mesquita
Considerações pós-crise
1. Bom dia a todos, é para mim uma honra fazer a abertura deste 5º Seminário de Mercado de Capitais, pela qual agradeço aos organizadores.
2. Ainda que a economia brasileira e o sistema financeiro nacional tenham superado a crise em condições relativamente favoráveis, tanto no que diz respeito à intensidade e duração da recessão, quanto ao comprometimento de recursos públicos, cabe extrair lições deste episódio, de forma a aumentar ainda mais a resiliência da economia e do sistema frente a eventuais repetições do pânico de 2008.
3. Tais lições cobrem as áreas de monitoramento e prevenção; a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de regulação; a melhoria nos mecanismos de suprimento de liquidez em moeda nacional e o próprio papel do Banco Central.1
1 De qualquer modo, cabe enfatizar aqui que estes comentários refletem a opinião do autor, e não necessariamente do BC. 4. No que se refere ao monitoramento, é fato que o impacto da crise internacional sobre o Brasil, ainda que inevitável, dada sua severidade, foi ampliado pela exposição do setor não financeiro a derivativos cambiais. Esta exposição verificou-se em empresas de capital aberto, que estão sob o âmbito da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e também em empresas sem ações em Bolsa, que estão fora do arcabouço prudencial do sistema financeiro, e normalmente resultava de contratos no chamado mercado de balcão.2 Além disso, não raramente tais derivativos foram constituídos por meio de contratos entre subsidiárias no exterior.
5. A padronização de contratos, o aumento da disseminação das informações sobre exposições e, em linhas gerais, o reforço das políticas de gestão de risco das companhias abertas deverão contribuir para reduzir a probabilidade de futuros problemas sistêmicos associados ao uso de instrumentos derivativos. No