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DO OBJETO PARA O MUNDO – COLEÇÃO INHOTIM
Alguns Artistas Concretos cariocas declararam preocupação em relação ao conteúdo humano da Arte Concreta. O Neoconcreto estimula-o com vivência poética e carga subjetiva.
Com isso em foco é possível perceber a importância de Lygia
Clark (1920/1988) e Hélio Oiticica (1937/1980) para firmar este objetivo.
Para Clark e Oiticica, a prioridade era a “necessidade do corpo humano, de modo que expresse a si mesmo ou que seja revelado como em uma experiência primária”. Clark acreditava que o objeto “tinha perdido seu significado” e a “esquematização de tudo” deveria ser evitada, dando lugar à participação mediada, porém rudimentar, aberta e imediata. Oiticica diz que o artista é desflorado pelo espectador e que a interação e o momento da particição, embora importantes para essa desfloração, se encontravam num estado precário e, no lugar da interação, quem se sobressai é a consciência. As Unidades e Os Bichos, de Clark, exemplificam o que Claire Bishop descreveu como “o aumento da presença sensorial do corpo”. Clark tinha uma “preocupação com a maneira como a borda da superfície-pintura estava conectada com o espaço”. A recuperação de Clark e Oiticica da
“vivência poética” na prática relacionada ao concreto é refletida na mudança de linguagem e da prática entre os artistas britânicos e seus defensores. Mais do que isso, as obras e práticas de Clark e Oiticica, representaram a mudança de uma linguagem equivalente à prática arquitetônica para uma outra, cheia de ideias de jogo e envolvimento direto da audiência.
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CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX
ALUNO: VICTOR LÚCIO DE PAULA ROSA
PROFESSOR: LUIZ MAURO
HISTORIA E TEORIA IV
MARÇO 2015