Sócrates
Considerado um marco na filosofia, nunca escreveu nada. Filho de um escultor – Sofronisco - e de uma parteira – Fenareta - nasceu em Atenas, onde viveu o apogeu e a crise da democracia. Levando a filosofia para a ágora, criticando os sofistas e atraindo a admiração dos jovens, Sócrates provoca também o desafeto de outros que o combatem por considerá-lo um perigo para as tradições da pólis e uma má influência para a juventude. Admirado e criticado, Sócrates foi figura controversa e causou problemas à sociedade da época. O que sabemos de Sócrates foi-nos legado por seus discípulos ou detratores. Dentre os discípulos, os principais são Platão e Xenofonte. Platão é o grande divulgador do mestre, colocando-o como o principal interlocutor de seus diálogos e enaltecendo sua sabedoria. Na crítica, o principal desafeto socrático era Aristófanes, um comediante. Valoroso, virtuoso e destemido, Sócrates foi levado a julgamento acusado de “não reconhecer os deuses do Estado, introduzir novas divindades e corromper a juventude”. O julgamento, relatado por Platão no texto Apologia de Sócrates, apresenta-nos o pensador enfrentando seus opositores – o poeta Meleto, o político Anitos e Licão, um personagem de pouca importância – e mantendo sua integridade, suas convicções. Condenado por uma pequena margem de votos, Sócrates beberá cicuta e morrerá entre os seus amigos de forma serena e confiante. Poderia ter evitado a morte – ele podia fixar outra pena para si – mas não abriu mão de sua consciência, pois, escapar à morte seria admitir a culpa no processo. Que ela recaísse sobre seus algozes. Ele cumpriria a lei.
Mas, por que Sócrates incomodou tanto? Conversando com todos, discutindo e instigando seus interlocutores, o filho do escultor buscava a essência dos conceitos, a definição destes para fugir ao relativismo sofístico, tão comum naquele momento. A crítica socrática aos sofistas está tanto na cobrança pelos ensinamentos que eles dão quanto na