Síndrome de Fibromialgia
Introdução
A síndrome fibromiálgica (SFM) caracteriza-se por dor musculoesquelética difusa crônica, fadiga, disfunção de sono, alterações cognitivas, viscerais e somáticas11,35,36. É freqüente queixas de alterações de humor, síndrome da fadiga crônica, síndrome dolorosa miofascial (SDM), o que contribuem com o sofrimento e a piora da qualidade de vida. Há ausência de processos inflamatórios articulares ou musculares, alterações na percepção e no processamento da dor e disfunções neuroendocrinológicas e humorais e sensibilização periférica e central.
Epidemiologia da SFM
A prevalência é de aproximadamente 2% no USA e França 4% na Espanha e 2,5% no Brasil. Acomete muito mais mulheres que homens (7 a 9 para um). O impacto da SFM na qualidade de vida e na capacidade funcional do doente é grande, mais de 30% dos doentes apresentam diminuição de capacidade laboral e 15% tornam se incapacitados para o trabalho. No Brasil, Martinez et al.24 constataram decréscimo de 65% na renda familiar dos doentes com SFM e 55% recebiam auxílio da previdência social2.
Fisiopatologia da SFM
A fisiopatologia da SFM é complexa e não totalmente esclarecida. Sabe-se que há alterações na percepção e no processamento da dor e disfunções neuroendocrinológicas1,3,25,27,30,36. Familiares de doentes com SFM têm 8 vezes mais chances de desenvolver SFM, por predisposição individual, por mutações genéticas específicas, associação com polimorfismos na enzima COMT (catecol-O-metiltransferasee) no transportador de serotonina, alterações dos níveis substância P no líquido cefaloraquidiano (em relação a indivíduos sadios) e os estressores ambientais podem ser fatores desencadeantes6.
As anormalidades neuroendócrinas envolvem disfunção no eixo hipotálamo-pituitário-adrenal. Os doentes com SFM apresentam resposta anormal ao estresse e inadequação aos eventos estressores,