São Nuno de Santa Maria e o Escutismo
Num opúsculo antigo, editado em 1960 pela Pastoral Colectiva do Episcopado Português por ocasião do VI Centenário do Nascimento de Santo Condestável, lê-se: «a fortaleza constitui a nota dominante do carácter de Nuno Álvares Pereira». Entre notabilíssimos e exemplares atributos, é eleito este, por ser considerado, no conjunto da sua vida, o mais marcante e eloquente.
Ora, a fortaleza que tornou célebre Nuno Álvares não foi apenas a que se tornou evidente no seu genial e exemplar percurso militar. A fortaleza que lhe deu fama de santidade, ainda em vida, foi a que lhe veio de uma vida espiritual intensa, de uma vida orante e de uma atitude de abertura plena à vontade de Deus e à acção do Seu Espírito. De facto, só um homem inspirado pela fortaleza de Deus – dom do Espírito Santo – poderia ter empreendido tamanha obra aos olhos do mundo, com tão fervorosa piedade. Nuno Álvares é considerado «cavaleiro invencível na guerra» e «cristão exemplar no cumprimento das virtudes».Na verdade, da autenticidade da sua vivência da fé cristã derivou seguramente o sucesso militar que granjeou.
O homem forte das batalhas era também um profundo «místico iluminado da oração. Nunca entrava em combate sem fervorosamente invocar o Senhor dos exércitos e a Senhora sua Mãe. Muitas vezes em campanha ajoelhava perante a relíquia do santo lenho, que depois de Aljubarrota sempre o acompanhava, ou diante da imagem de Nossa Senhora, que mandara pintar no seu estandarte».
Com efeito, a sua devoção a Deus e à Virgem Santíssima marcou todas as grandes etapas da sua vida. Junto com as normais recomendações a favor do sacrifício de vida pela pátria, o Santo Condestável recomendava ainda, aos seus amigos e companheiros de armas, que jamais se esquecessem de Deus e da