São Bernardo
O autor compõe uma trama que tem como plano de fundo a situação dramática do Nordeste brasileiro, afetado com as secas periódicas, sobretudo as das primeiras décadas do século XX, que ocasionou o êxodo rural, a pobreza generalizada e as tentativas de sobrevivência dos sertanejos nordestinos.
Embora escrito dentro desta temática, São Bernardo difere das outras obras contemporâneas a ela, pelo estilo da narrativa, já que se passa em 1ª pessoa e é uma obra em estilo psicológico.
O narrador-personagem, Paulo Honório, narra sua vida, de guia de cego no interior do Alagoas até se tornar um grande latifundário, e como não mediu nenhum esforço para conseguir seus objetivos, deixando de lado os escrúpulos e a ética.
Com um modo bastante sincero e bruto, o personagem relembra sua vida sentado na mesa da sala do jantar, fumando um cachimbo e escrevendo suas memórias.
Paulo Honório é um homem brutalizado, depois de envolver-se em uma briga é preso, e quando sai da cadeia resolve conseguir por qualquer meio a fazenda São Bernardo, onde era trabalhador alugado. Inicia, então, uma falsa amizade com Luís Padilha, o herdeiro da fazenda, passa a incentivar seus maus projetos, e por inexperiência deste, a fazenda vai à ruína econômica. Por causa de muitas dívidas, Luís Padilha é obrigado a vender a fazenda por um valor insignificante.
Paulo Honório se torna dono de São Bernardo e consegue fazê-la prosperar. Arma contra o fazendeiro vizinho, Mendonça, sendo o mandante do seu assassinato, conseguindo assim ampliar o seu território. Consegue auxílio de políticos locais, advogados e outras personalidades estendendo sua rede de relacionamentos para garantir seus interesses.
Revolve casar-se e conhece Madalena, uma jovem professora, que altera a rotina da fazenda e da própria