Swara, a hierarquia na música clássica Hindustani

1239 palavras 5 páginas
Universidade Federal de São Carlos
Departamento de Ciências Sociais
Antropologia Contemporânea II (2º semestre, 2013) Prof. Doutor Marcos P. Lanna
Aluno: Bruno R. Cholak

Swara: A hierarquia na música clássica Hindustani

Introdução

Esse trabalho tem como objetivo articular brevemente ideias acerca das diferenças de estatuto entre as Gharanas, linhagens iniciáticas da música clássica indiana; e, sob o viés das noções de pureza-impureza na ótica apresentada por Louis Dumont, estabelecer um ligação entre o surgimento e incorporação de novos instrumentos musicais e a multiplicação/segmentação dessas Gharanas (tanto hindus como islâmicas), tendo como recorte a música Hindustani do norte.

-Gandá

A inciação de músicos em Gharanas tradicionais é, em muitos casos, um ritual que espia diversos tabus semelhantes às iniciações de 'segundo nascimento' entre os Dvija (“duas-vezes-nascidos”). Em Banis ('escolas' da música Carnática do sul), onde o aspecto religioso/ritualistico da execução dos ragas é profundamente mais acentuado, a iniciação de pupílos representa de fato um passo para a libertação do ciclo de renascimentos, Moksha.

Determinados ragas, executados por instrumentos tradicionalmente sagrados como a Veena, só podiam ser entoados por linhagens hereditárias ou ensinados diretamente por um Pandit* a castas de príncipes e outros nobres. Com isso, linhagens de músicos de origem persa que já haviam feito significativas alterações em alguns ornamentos e técnicas tanto na música instrumental como na música vocal¹, afim de não ir de encontro à tabus rituais Hindus, também introduziram novos instrumentos na execução dos Ragas, possibilitando que músicos de castas/estatuto menos elevado, incluindo linhagens muçulmanas, pudessem passar pela iniciação musical (Gandá) [de modo semelhante como o conceito de Pakkã² se

Relacionados