Sustentabilidade no Jornal Valor Econômico
Mas de que valem saúde e infraestrutura invejáveis se as pessoas não se localizarem no mundo em que vivem se não souberem o que fazer de suas condições imediatas? Pior ainda, como chegar a esse mundo supostamente aconchegante e perfeito se não tivermos pessoas que consigam operá-lo, criticá-lo e contribuir para o seu aperfeiçoamento? Afinal, “de s e n v o l v i m e n t o” ocorre em situações específicas, em lugares com pessoas, histórias e culturas concretas. Operar (n)esse mundo, vivê-lo, imaginá-lo para aperfeiçoá-lo, não são tarefas redutíveis às técnicas e aos laboratórios. Inovação e criação implicam condições sociais e subjetivas incapazes de ser determinadas por fórmulas ou por tabelas de elementos químicos.
Desenvolvimento é um objetivo mundial. Mas, pela via pacífica e democrática, como alcançá-lo sem conhecer a cultura, as relações sociais, econômicas, a política e a história do povo que deve abraçá-lo? Aqui, não adianta chamar engenheiros, biólogos, matemáticos, químicos ou físicos. É óbvio que a vida social, cultural, política e psíquica, com sua imensa complexidade, não se reduz a átomos, a estradas, portos, hidrelétricas ou estádios. O desenvolvimento de um país, de suas diferentes regiões ou de uma