Sumario executivo
A predominância do trabalho assalariado e a introdução da maquinaria na produção constituem, ao longo do século XVIII, inicialmente na Inglaterra e daí progressivamente espraiando-se ao mundo, as bases fundamentais das relações sociais capitalistas de produção. A Revolução Industrial marca a emergência dessas relações, e a grande indústria baseada na maquinaria traz consigo o ingresso da ciência como conhecimento sistematizado, no processo de produção, tornando-se elemento material e intelectual do desenvolvimento das forças produtivas. No entanto, sob a hegemonia deste modo de produção, a união que se dá entre ciência e processo produtivo tem seu correspondente antagônico na separação ou divisão social do trabalho, mediante a qual estão cindidas a concepção e a execução do trabalho, ou seja, a própria separação entre a ciência (e os que a dominam) e os trabalhadores diretos, ocorrendo a subordinação destes àqueles (Magaline, 1977).
É analisando estas contradições e como elemento da luta política dos trabalhadores, que Marx utiliza o termo ‘educação tecnológica’, situando-o no próprio corpo teórico de sua crítica às relações sociais capitalistas de produção. Nesse sentido, a ‘educação tecnológica’ teria como princípio a união da instrução com o trabalho material produtivo (no sentido geral de trabalho social útil), o que, para Marx, seria o germe da educação do futuro.
De acordo com Manacorda (1991), Marx utiliza como sinônimos os termos ‘educação tecnológica’ e ‘educação politécnica’. Enquanto a denominação ‘educação tecnológica’ aparece no Manifesto Comunista (1848), no texto escrito por Marx para o Primeiro Congresso da Associação Internacional dos Trabalhadores (1866) e em O Capital (1867), o termo educação politécnica apareceria somente no texto de 1866.
Já no Manifesto Comunista, o pensador alemão assinalava a importância, para a classe trabalhadora, da luta pela educação pública e gratuita de todas as crianças, da