Subjetividade e individualidade
Entende-se por subjetividade, a busca interior do seu “eu”. A história dessa busca interior, não visa à busca da experiência do ser universal, mas sim de como essa experiência se constitui. Foucault entendia esse processo como a “história das técnicas de si”, procurando desvendar, como os indivíduos relacionavam-se com sigo mesmo, como estabeleciam relações de trato e cuidado com sigo desde a antiguidade pagã.
Segundo Foucault, não havia na antiguidade pagã uma busca pelo conhecimento de si mesmo, pela busca de uma revelação de um eu, pelo contrário, a construção de “si”, dava-se a partir dos ensinamentos e das verdades passadas pelos grandes mestres.
Para Jean-Pierre Vernant, os gregos não viviam a experiência do eu como personalidade, como experiência da interioridade individual, mesmo que essas características se manifestassem nos feitos de indivíduos como magos e guerreiros e nos discursos de 1ª pessoa da poesia lírica. Para Jean-Pierre Vernant, esse “eu” era, na Antiguidade, como se fosse “ele”. Por exemplo: a alma não é minha, ela está em mim.
A invenção da subjetividade será gerada a partir de uma ética cristã, gestada a partir do século II D.C. Segundo Foucault, surge nesse momento a figura do “Homem Santo”, aquele que se destaca dos demais homens por buscar a Deus no interior do seu verdadeiro eu, aquele que consegue entrar em sua própria alma e distinguir os pensamentos de origem divina dos satânicos. Esse modo de vida vai se alastrando ao longo do tempo, até a nossa modernidade, nas praticas culturais, instituições e hábitos individuais. O que diferencia é