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Em prisões baixas fui um tempo atadoEm prisões baixas fui um tempo atado,
Vergonhoso castigo de meus erros;
Inda agora arrojando levo os ferros
Que a Morte, a meu pesar, tem já quebrado.
Sacrifiquei a vida a meu cuidado,
Que Amor não quer cordeiros nem bezerros;
Vi mágoas, vi misérias, vi desterros:
Parece-me que estava assi ordenado.
Contentei-me com pouco, conhecendo
Que era o contentamento vergonhoso,
Só por ver que cousa era viver ledo.
Mas minha estrela, que eu já agora entendo,
A Morte cega e o Caso duvidoso,
Me fizeram de gostos haver medo. Luís de Camões
Luís Vaz de Camões, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá, nasceu entre 1524 e 1525 em Lisboa ou Coimbra, e faleceu a 10 de Junho de 1580. Vindo de uma nobreza empobrecida, possuía um vasto conhecimento da cultura clássica e moderna.
Em 1547, numa expedição militar ao Norte de África, terá desembarcado em Ceuta onde, em combate, perdeu o seu olho direito.
De volta a Portugal em 1552, envolveu-se numa briga com um servidor do rei, Gonçalo Borges, onde foi preso na prisão do Troco, em Lisboa. Em 1553 fora libertado para servir o rei em expedições militares na Índia.
Acredita-se que, numa viagem de regresso à Índia, tenha naufragado no rio Mekong, tendo-se conseguido salvar juntamente com uma boa parte do manuscrito d´ Os Lusíadas.
Em 1572, após publicar Os Lusíadas, o rei D. Sebastião concede-lhe uma tença anual de 15000 réis. Apesar desta ajuda, Camões continuaria a viver miseravelmente dado ao seu espírito gastador e porque a sua pensão lhe era paga de modo irregular.
Devido à sua falta de recursos económicos, foi sepultado em campa rasa na parte de fora da igreja de Santa Ana, em Lisboa. Apenas mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou reservar-lhe uma sepultura própria. Após as comemorações do terceiro centenário da sua morte, os seus restos mortais foram translados para o Mosteiro dos