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ASSISTÊNCIA DOMICILIAR NA SAÚDE SUPLEMENTAR: REVELANDO OS PROCESSOS DE TRABALHO Túlio Batista Franco
Psicólogo sanitarista, Prof. Dr. da UFF
Emerson Elias Merhy
Médico sanitarista, Prof. Livre Docente da UFRJ
André Amorim Martins
Psicólogo, Mestrando em Clínica Médica na UFRJ
Carla Almeida Alves
Psicóloga, pesquisadora associada Geges/ISC/PROPP/UFF/CNPq
Cristiano Freitas Arantes
Médico, Residente em Medicina Preventiva na UFF
Rosana Freitas Arantes
Assistente Social, Mestranda em Política Social na UFF
Introdução
Há algum tempo já vem se produzindo um consenso em torno dos serviços de saúde, que diz respeito aos seus altos custos operacionais. Tanto os serviços públicos quanto os privados adotaram modelos produtivos que seguem uma lógica segundo a qual há uma alta incorporação e utilização de tecnologias duras e leve-duras, fazendo-as o centro dos processos produtivos. De outro lado, se ressentem dos custos elevados com os quais são obrigados a lidar, visto que a lógica da maquinaria eleva sobremaneira o valor dos produtos da saúde e não conseguem dar uma resposta eficaz aos problemas de saúde. Esta forma de organizar os serviços foi legitimada pela matriz teórica que vem do relatório Flexner (EUA, 1910) o qual, ao declarar que o ensino médico deve estar voltado à pesquisa biológica e à especialização do conhecimento, subsidiou a reforma do ensino médico e criou em
escala mundial um lastro teórico que induziu a constituição de modelos tecnoassistenciais centrados na maquinaria, no saber especializado e na prática prescritiva. O conhecimento do corpo anátomofisiológico passou a matriciar o ensino e a colonizar as práticas assistenciais nos serviços de saúde. O alto custo operacional dos serviços de saúde como já foi dito, gerados a partir deste modelo, foi primeiro sentido pelo sistema público, dependente do financiamento estatal, o qual entra em