Sonhos Tropicais
Com as investidas contra a propagação da peste e da febre amarela, Oswaldo Cruz – que fora nomeado pelo presidente para comandar o Departamento Nacional de Saúde é retratado como um profissional preocupado melhorar as condições de vida dos moradores do Rio de Janeiro. A lei da vacina obrigatória permitia que os agentes, acompanhados de policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina mesmo que a contragosto. Contudo, o início do processo de vacinação marca o surgimento de protestos em nome de uma dita ética moral.
A obra cinematográfica aponta para as motivações sociais, econômicas e políticas por detrás dos movimentos contra a vacina; como podemos compreender na fala de Vicente de Souza ao dizer que a campanha não era contra a vacinação, visto que no futuro todas as pessoas deverão ser vacinadas, mas pelo furor de povo que se revoltava contra o governo, ocorreria a mudança social.
Percebemos que, de acordo com “Sonhos tropicais”, os agitadores do povo não se viam como inimigos da vacina, mas como inimigos do governo e defensores de honra da família, uma vez que a lei da vacina obrigatória era vista como uma violação do ambiente familiar, quebra da reputação feminina e defloração de seus corpos.
O filme trás como principal temática as revoltas políticas ocorridas em torno da reforma urbana do Rio de Janeiro no século XX, entretanto, também aborda outras questões sociais da época como a escravização de mulheres brancas.
Era recorrente vinda de mulheres enganadas à capital que, apesar de acreditarem em uma proposta de melhoria de vida, caíam em armadilhas de chefes de bordéis que as forçavam a pratica da prostituição. Eram famosamente conhecidas como “polacas da Lapa”.
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