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Concretos fornecidos podem não estar atingindo a resistência à compressão pedida nos projetos estruturais. Polêmica envolve construtores, concreteiras, projetistas e laboratórios
Por Renato Faria
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Um espectro ronda as obras brasileiras. Há uma queixa generalizada de construtores de diversas regiões do País quanto ao concreto entregue nos canteiros. Segundo eles, o material entregue não estaria atingindo a resistência característica à compressão exigida nos projetos estruturais. As suspeitas recaem diretamente sobre as concreteiras, fornecedoras do material. Em sua defesa, essas empresas lembram que falhas podem ocorrer em etapas do processo de controle tecnológico que fogem à sua alçada, mas que poderiam comprometer a qualidade da avaliação da resistência do concreto. Da falta de cuidados na moldagem de corpos de prova à baixa confiabilidade de alguns laboratórios brasileiros, apontam, vários fatores poderiam alterar o resultado final que chega ao construtor (ver também na seção Como Construir como receber concreto e moldar corpos de prova). Essas são algumas das faces de um problema complexo e polêmico, que envolve construtores, concreteiras, projetistas e laboratórios, que vem crescendo há alguns meses e que permanece sem solução. | Para moldagem dos corpos de prova, a norma determina que seja coletado concreto do terço médio do caminhão-betoneira, entre 15% e 85% do descarregamento do material | | Após a moldagem, o corpo de prova deve ser corretamente identificado para permitir adequada rastreabilidade. Durante o período de cura, deve ficar protegido das intempéries | | Laboratórios com equipamentos calibrados e pessoal capacitado são fundamentais para garantir credibilidade do controle da qualidade do concreto |
Notificações de concreto abaixo da resistência não são novidade em nossa história recente, conforme lembram profissionais da área. "Alguns anos atrás, nosso escritório teve uma quantidade absurda de