Socrates
Quase como sucedeu com Descartes, que foi à busca da pedra filosofal do conhecimento levado
por
uma
série
de
sonhos
reveladores,
Sócrates
considerava-se imbuído da missão de despertar os homens para o conhecimento de si mesmos, também inspirado por uma entidade, e aqui temos que agora o próprio oraculo de Delfos incumbiu-o dessa missão.
A missão de Sócrates é conhecer a realidade humana, investigar o homem e a sua alma. A filosofia deve levar o homem a conhecer a si mesmo, conhecer os seus limites, as suas possibilidades, buscando a justiça e a solidariedade; a relação do homem com ele e com os outros e a relação dos outros com ele.
Acreditava ele que o limite de sua sabedoria era a sua própria ignorância e os erros que cometemos em nossa vida são culpa da nossa ignorância. Não se proclamava sábio e tentava fazer com que as pessoas se sentissem ignorantes e que admitissem a sua ignorância, fazendo isso através do perguntar e do questionar e Sócrates tanto fez isso que conquistou diversas inimizades.
Buscando responder à questão de qual é o ser, a natureza última, a essência do homem, Sócrates nos ensina que o homem é a sua alma, e a alma do homem é a sua razão. A alma do homem é a sua consciência, conferindo-lhe personalidade intelectual e moral. Cuidando de si mesmo, o individuo cuida da própria alma mais do que do corpo e o educador tem assim por tarefa ensinar os homens a cuidar da própria alma. Sócrates considerava-se um educador e, como tal, imbuiu-se dessa tarefa, mostrando aos discípulos que a virtude não nasce da riqueza nem do culto ao corpo, tão próprio dos atenienses da época, e que o corpo tem que ser um instrumento da alma, da sabedoria.
Para Sócrates as pessoas deveriam concentrar os seus esforços em serem virtuosos, para si mesmos, para seus amigos e para a comunidade a que pertencem, pois a virtude deve ser conquistada também pelo grupo humano, pela polis. Esse é um dos motivos pelo qual não fugiu da sua sentença de morte,