SOCIOLOGIA DE FLORESTAN FERNANDES

SOCIOLOGIA DE FLORESTAN FERNANDES

Têm surgido outras e novas propostas teóricas, mas todas as mais notáveis contribuições teóricas guardam algum compromisso com os clássicos. A sociologia de Florestan Fernandes sintetiza as contribuições de cinco fontes: primeiro, a sociologia clássica e moderna, um diálogo contínuo com sociólogos e cientistas sociais que apresentaram alguma contribuição para a pesquisa e a interpretação da realidade social; segundo, o pensamento marxista, é contínuo e crescente o diálogo com as obras de Marx e seus seguidores. A reflexão sociológica adquire toda a sua envergadura histórica, abrindo horizontes e criando desafios para o pensamento brasileiro; terceiro, a corrente mais crítica do pensamento brasileiro, em diferentes escritos, reencontram-se sugestões, desafios ou temas suscitados por certos autores como Euclides da Cunha, Lima Barreto, entre outros; quarto, o significado dos desafios da época, a começar nos anos 40. Tanto a universidade como o partido, a imprensa como Igreja, o governo como imperialismo, todos são levados a pensar e repensar o jogo das forças sociais, os movimentos da sociedade, a marcha da revolução e contra-revolução; quinto, a presença dos grupos e classes sociais que compreendem a maioria do povo, descortinando um panorama social e histórico mais largo do que aquele que aparece no pensamento produzido segundo as perspectivas dos grupos e classes dominantes. Desta maneira, a sociologia brasileira está amplamente marcada pela obra de Florestan Fernandes, de tal maneira que está presente na formação dessa sociologia em dois modos particularmente notáveis: primeiro, entra de maneira decisiva na construção da sociologia como um sistema de pensar realidade social; segundo, cria um novo estilo de pensamento na sociologia brasileira. Assim, a sociologia brasileira adquire outra dimensão, alcança outro horizonte. É a partir desse horizonte que se torna possível re-voltar às raízes pretéritas, presentes; descortinar o