Sociedade e cultura inglesa ii
Embora se possa dizer que a Revolução Industrial Inglesa acontece como sequência natural da Revolução Científica, muitos outros factores contribuíram para o desencadear das vertiginosas mudanças que, entre 1760 e 1850, se constatam em Inglaterra. Uma política externa dirigida para a conquista marítima, faz com que a Inglaterra possua o maior poder naval do mundo. As ilhas Britânicas dominam novos mercados, beneficiam de novas matérias-primas e de novos produtos. Este contacto privilegiado com outras culturas, “obriga” os pensadores a questionarem-se sobre a multiplicidade social. A Inglaterra possui um sistema financeiro que, embora não seja especializado, está já dotado de inúmeras actividades diferenciadas. O domestic system, combinação entre a produção de tecidos e a actividade agrícola que se verifica no meio rural, evidencia um caminho percorrido no encalço do sistema capitalista. É, no entanto, o crescimento anormal da população, uma das grandes causas apontadas como determinante no processo da Revolução Industrial. A Revolução Agrária também não pode ser ignorada, uma vez que promove a substituição dos métodos tradicionais por novos processos agrícolas. O enclosure leva ao desaparecimento do pequeno proprietário rural e ao aparecimento de uma classe de trabalhadores sem terra, que pode estar por detrás da primeira onda de trabalhadores nas zonas industrializadas. Como se produz mais do que o necessário para a população local, procura-se o escoamento dos produtos através da sua distribuição por novos mercados nacionais e estrangeiros. Com o aumento da produção desenvolvem-se os transportes e as comunicações. A construção de novas estradas, promove também o desenvolvimento dos veículos que aí transitam. É incrementado o transporte por via fluvial que complementa o já feito no litoral. Surge e expande-se o caminho-de-ferro. Ao mesmo tempo que o princípio do laissez faire (iniciativa individual) se