Socialismo e revolução russa
Na segunda metade do século XIX, a crítica à desigualdade ganhou força na Europa, fazendo surgir teóricos e ativistas que se mobilizaram contra a o capitalismo de monopólio e a expansão descontrolada do imperialismo neocolonialista. A consolidação desse sistema capitalista teve início com a Revolução Industrial e a implantação do maquinismo, acelerando o processo de privatização dos meios de produção, do confinamento do operário nas fábricas e seu conseqüente assalariamento. Configura-se então, a nova classe doproletariado, submetida ao sistema hierárquico fabril e ao trabalho manual separado do trabalho intelectual. As novas teorias exigiam a igualdade, não apenas formal, mas real.
A partir de 1848, o proletariado procurou a expressão de sua própria ideologia, oposta ao pensamento liberal. Marx e Engels formularam suas idéias a partir da realidade social por eles observada: de um lado o avanço técnico, o aumento do poder do homem sobre a natureza, o enriquecimento e o progresso; de outro, e contraditoriamente, a escravização crescente da classe operária, cada vez mais empobrecida. A miséria, a jornada de trabalho excessiva e a exploração da mão-de-obra infantil configuram um estado de injustiça social, gerador de protestos e anseios de mudança.
Nos primeiros anos do século XX, a Rússia vivia um momento histórico de pobreza, miséria e exploração das classes trabalhadoras onde as desigualdades sociais levaram camponeses e operários a se mobilizassem politicamente. A burguesia tinha um papel político limitado e seus projetos não tinham apoio necessário para a formação de uma economia industrializada. O fim do Império Absolutista Russo – Czarismo – começou no momento em que essas classes perceberam que suas reivindicações políticas e, principalmente, econômicas e sociais não eram levadas em consideração pelo governo e a burguesia russa viu-se sem condições de concorrer com o capital industrial estrangeiro.
Diante desta