Sobre pierre clastres-a sociedade contra o e$stado
Pierre Clastres – A sociedade contra o Estado
Pierre Clastres, para desenvolver a discussão e defender sua tese, parte de um pressuposto de conflito ou contradição contido no próprio título da obra para antagonizar as “sociedades desenvolvidas” das “sociedades primitivas”. Observamos, analisando a ordem social das coisas, que, na prática, o Estado emana da sociedade e não a sociedade do Estado, desse modo o Estado vai ser necessário para preencher lacunas na sociedade, onde a sociedade não alcança ou não exerce poder coercitivo o Estado consegue satisfazer essas necessidades. Assim, o Estado é o aparelho regulador da sociedade, mas apenas quando a sociedade não for auto – suficiente para resolver suas questões. Se a sociedade for autônoma, que objetive relações sociais mais próximas entre os indivíduos, grau de compartilhamento de valores maior e etc, ou seja, quando ela praticar relações sociais características do conceito durkheiminiano de “solidariedade mecânica” e quando a “consciência coletiva” for maior que as “consciências individuais” dos membros desta, não há necessidade de haver Estado, já que a ordem social impera coercitividade sobre os indivíduos através do respeito que estes tem pela moral, ética, tradição, valores e costumes compartilhados dentro dessa sociedade.
Cada um de nós traz efetivamente em si, interiorizado como a fé do crente, essa certeza de que a sociedade existe para o Estado. Como conceber a própria existência das sociedades primitivas, a não ser como espécies à margem da história universal, sobrevivências anacrônicas de uma fase distante e, em todos os lugares há muito ultrapassada? Reconhece-se aqui a outra face do etnocentrismo, a convicção complementar de que a história tem um sentido único, deque toda sociedade está condenada a inscrever-se nessa história e a percorrer suas etapas, que a partir da selvageria conduzem à civilização.(p.207) Quando ele se refere ao tema do trabalho, usa muito o