Situação de fronteira na região Amazônica: as mulheres ribeirinhas de Pimental diante da implantação da UHE São Luiz do Tapajós
Autora: Thais Iervolino dos Santos
Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Palavras-chave: Amazônia, fronteira, ribeirinhas
RESUMO EXPANDIDO:
Embora a região Amazônica tenha se configurado como questão desde o período colonial, nos últimos dez anos, em função da política de desenvolvimento econômico promovida pelo governo federal, assume novamente centralidade polarizando o debate entre os que reivindicam a região como fonte de recursos naturais para a produção da infraestrutura necessária ao desenvolvimento econômico do país e aqueles que demandam a apropriação do território em favor da população ali residente. Os embates entre a população autóctone e os adventícios, representados pelos atores do desenvolvimento econômico, produzem a situação de fronteira já analisada pela sociologia para outros momentos de “conquista” da Amazônia (MARTINS, 1993, p. 15).
O governo federal da última década repete as políticas desenvolvimentistas propostas durante a Ditadura Militar (1964-1985) e tem proposto ações de desenvolvimento que enfatizam a construção de obras de infraestrutura por todo o país por meio dos Programas de Aceleração do Crescimento (PAC 1 e PAC 2), sendo a construção de hidrelétricas na região Amazônica prioridade.
Os cinco maiores projetos hidrelétricos que se encontram em fase de planejamento também estão na Região Amazônica. Quatro deles fazem parte do Complexo Tapajós, que contemplará a construção de cinco usinas hidrelétricas ao longo dos rios Tapajós e Jamanxim, situados no Pará.
A primeira do complexo a ser construída é a Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós, cujo conflito entre a chegada da construção e a comunidade ribeirinha de Pimental, analisado a partir das mulheres que lá vivem e serão impactadas por sua construção, será objeto desta análise.
Durante um encontro realizado pelo