Sintese Cultura de paz
Por que a paz é um bem tão ansiado? Pela definição da Carta da Terra, “a paz é a plenitude que resulta das relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outra culturas, outras vidas, com a Terra e com o grande todo do qual somos parte”. Pelo discurso de Kofi Annan no lançamento do Ano Internacional da paz (2001), “A verdadeira paz é muito mais do que a ausência de guerra. É um fenômeno que envolve desenvolvimento econômico e justiça social; supõe a salvaguarda do ambiente global e o decréscimo da corrida armamentista; significa democracia, diversidade e dignidade; respeito pelos direitos humanos e pelo estado de direito, e mais, e muito mais”. Tomando como base o discurso de Kofi Annan, ao analisarmos o contexto em que vivemos, fica claro que a paz vai de encontro à vontade de poder do ser humano, que cultua a guerra, ambição e interesses conflituosos. Tal fato a torna bastante almejada, sendo praticamente impossível de se alcançar na sociedade em que vivemos. Einstein, conhecendo a história de nossa humanidade como marcada pela quase constante ocorrência de guerras, perguntou a Freud se era “possível dirigir a evolução psíquica a ponto de tornar os seres humanos mais capazes a resistir à psicose do ódio e da destruição”. Em resposta realista, Freud explica que “Não existe a esperança de poder suprimir de modo direto a agressividade dos seres humanos”, mas que se pode “apelar” para o lado do amor humano, o qual gera laços afetivos entre as pessoas, os unindo e indo de encontro à guerra. Um bom exemplo disso foi dado pelo jornalista espanhol Ferran Sales no diário de Madri El Pais (2001), que se trata da história de uma família palestina que doa os órgãos de um membro da família morto por um ato de vingança dos judeus. Mas, para a surpresa de todos, a família os destinou a transplantes em doentes judeus, num ato de compaixão, deixando de lado qualquer tipo de retaliação e considerando a todos como apenas seres