simposio
PAIS OUVINTES E FILHOS SURDOS: impasses na comunicação
RESUMO
O presente artigo visa discutir sobre os impasses na interação estabelecida entre pais ouvintes com seus filhos surdos. Busca refletir como as famílias lidam com o impacto da noticia sobre a surdez e as dificuldades para elaborarem essa experiência. As estatísticas revelam que mais de noventa por cento de crianças surdas são filhos de pais ouvintes sem nenhuma experiência quanto à surdez. Ao tomarem conhecimento de que seu filho tem perda auditiva há uma tendência em ver a surdez como deficiência e, portanto, a criança tende a ser tratada como deficiente. Agindo dessa forma os pais mudam o modo de interagir com seus filhos, esse comportamento familiar é resultante da representação da surdez como deficiência e vai desencadear sentimentos e atitudes inadequados desfavoráveis ao desenvolvimento global da criança como também interfere na interação social desta com outras pessoas surdas. A viabilização do contato com a comunidade surda bem como o acesso e aprendizagem da Língua de Sinais pode vir a trazer a aceitação da família e o reconhecimento da surdez como uma diferença cultural. Essa condição é fundamental para um desenvolvimento saudável da criança e a sua interação social.
INTRODUÇÃO
A família é base fundamental no processo de troca do indivíduo com o meio, além de ser a mais importante instituição responsável pela socialização da criança. Segundo Corghi (2006) é na família que ocorre às transmissões de normas, valores sociais e estrutura institucional. É através da linguagem que essas normas e valores são transmitidos. Em geral, a língua oral é o canal privilegiado para que se dê a comunicação entre os seus membros. Quando há presença no seio familiar de uma criança surda essa comunicação vai ser alterada, pois, a ausência da possibilidade de ouvir exige dos pais mudança de atitude para romper as barreiras de comunicação.