Simbolismo
O único movimento literário no Brasil que começou quase simultaneamente com o europeu é o Simbolismo. Isso graças à genialidade de Cruz e Souza que soube captar as idéias do Simbolismo europeu e de imediato implantá-lo em nossa terra. Portanto, no Brasil, o Simbolismo começa em 1893 com a publicação de dois livros: Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poesia), ambos de Cruz e Souza. No entanto, antes dessa data já haviam manifestações poéticas ligadas à nova estética. Em 1887 a publicação de Canções da Decadência, de Medeiros e Albuquerque e, no ano de 1891, é levado a público, no jornal carioca Folha Popular, o primeiro manifesto simbolista brasileiro, assinado por Emiliano Perneta, Cruz e Souza, Bernardino Lopes e Oscar Rosas. É importante salientar que o Simbolismo não veio para concluir a escola antecedente (realista – naturalista – parnasiana) e tampouco terminou com o início da escola seguinte. Na realidade, do fim do século XIX ao começo do século XX, três tendências caminhavam paralelas: Realismo, Naturalismo e Parnasianismo, cada um com suas estéticas, e aqui e ali se fundindo em pontos comuns. Só o Modernismo, em 1922, viria para traçar novos rumos para a nossa literatura.
Dos autores simbolistas, vamos destacar Cruz e Souza e Alphonsus Guimaraens os maiores poetas do movimento.
Cruz e Souza José da Cruz e Souza (1861-1898) – Filho de ex-escravos, Cruz e Souza teve uma vida de padecimentos, além de sofrer preconceito racial. Chamado "O Cisne Negro" ou "Dante Negro", Cruz e Souza é considerado um dos maiores poetas do Simbolismo mundial. Revela em seus primeiros trabalhos a preocupação formal herdada do Parnasianismo, mas seus temas giram em torno da vida e da morte. Outra constante em sua obra é o fascínio pela cor branca, ora vista como simbolização da pureza, ora como manifestação do seu complexo racial e desejo de aceso ao mundo dos brancos. Cruz e Souza escreveu alguns dos mais belos poemas de nossa literatura,