Sexualidade na terceira idade: mitos e preconceitos
1- INTRODUÇÃO
O tema da sexualidade nem sempre é tratado com abertura e naturalidade, podendo inclusive gerar algum incomodo, pois remete-nos a vivências pessoais extremamente intimas. Embora estejamos vivendo numa época considerada como de maior liberdade sexual, em relação à época em que a geração atual de idosos fora educada, muitas vezes não nos sentimos confortáveis ao discutir sobre o sexo na 3ª idade. Possivelmente isso se deve a ansiedades, a preconceitos e ao desconhecimento relacionados com a nossa própria sexualidade e o nosso próprio processo de envelhecimento. Ao abordarmos esse tema, é interessante nos perguntarmos: como anda nossa própria vida sexual? A que valores morais ou preconceitos estamos submetidos? O que entendemos por sexualidade? Como encaramos nosso próprio envelhecer? O desenvolvimento da sexualidade está interiormente relacionado com o desenvolvimento da personalidade. A partir de uma análise aprofundada, encontramos nos padrões de comportamento e nos modos de relação adotados na fase adulta e na 3ª idade a expressão de aspectos da sexualidade e da vida afetiva provenientes de fases anteriores. A etapa genital é uma das várias etapas do processo de desenvolvimento sexual e emocional, processo este que vai da infância à velhice. Durante esse desenvolvimento, a sexualidade passa por várias mudanças antes e após a maturação do aparelho reprodutor, sendo que as experiências de satisfação e de frustração de vários tipos de impulsos ficam registradas, mesmo que inconscientemente, e influenciam as formas como serão vividas as experiências posteriores. Ao admitirmos que o envelhecimento não é uma etapa só de perdas, mas também de ganhos, como, por exemplo, a aquisição de uma visão mas ampla e mais global da existência, podemos transpor essa possibilidade evolutiva para a sexualidade, ou seja, reconhecendo que o prazer trazido pelo contato físico e afetivo com um parceiro pode ser maior e mais