Seurança III
O MODELO DA DETERMINAÇÃO SOCIAL APLICADO À SAÚDE DO TRABALHADOR”
Luís Augusto Facchini
Muitas definições de epidemiologia foram concebidas, mas, de forma sintética, pode-se considerá-la como a disciplina que estuda a distribuição e os determinantes dos problemas de saúde na coletividade (Last, J. 1983). Em outras palavras, a Epidemiologia procura esclarecer os mecanismos que determinam os diversos aspectos da saúde dos grandes grupos populacionais.
Na definição de epidemiologia evidenciam-se os aspectos basilares tanto do objeto de estudo como do método epidemiológico, os quais devem estar fundamentados em um determinado marco teórico que possibilite estruturar o processo de investigação científica.
Em relação ao objeto de estudo sobressai o aspecto coletivo da abordagem dos problemas de saúde: o que interessa não é como determinada doença ou conjunto de doenças se manifestam no indivíduo, mas sim na população, no grupo.
Quanto à questão metodológica, distingue-se, por um lado, a preocupação da disciplina em descrever a distribuição da doença, ou seja, sua freqüência, nos diferentes grupos populacionais, levando em consideração o local e o momento em que isto é observado. Por outro lado, distingue-se o seu propósito de explicar os determinantes, isto é, as causas desta variabilidade da doença na população.
Porém, a epidemiologia é mais que uma reunião de dados sobre o processo de saúde-doença das coletividades humanas, em que as conclusões são tiradas da análise comparativa das evidências.
A comparação não é apenas um modo de análise ou a justaposição de dois conjuntos de dados, ela é a essência da epidemiologia, na medida em que o desafio do epidemiologista é encontrar conexões de todos os tipos entre os diferentes aspectos da vida social e os problemas de saúde da população.
Mas, é preciso ter rigor na seleção dos elementos de comparação, de modo que estes, além de mostrar uma