Setor calçadista e a crise economica

Introdução A cadeia mundial de calçados e artigos em couro tem vivido grandes mudanças em seu fluxo de produção mundial nos últimos anos. Dentre essas mudanças, a mais significativa é a transferência das áreas de produção para países em desenvolvimento, como China, Vietnã, Taiwan e Brasil, dentre outros, onde os menores custos de mão de obra apresentam um diferencial competitivo entre os países desenvolvidos. Com isto, fabricantes de países tradicionais com produção de moda, como Itália, Estados Unidos, França e Espanha, cada vez mais concentram seus esforços na criação do design das peças, e terceirizam sua produção para as regiões onde os custos, especialmente os relacionados à mão de obra são mais baixos. Brasil X China Além de maior produtor mundial de calçados, a China desataca-se também como maior exportador desse produto. O Brasil, embora seja um dos grandes produtores mundiais de calçados, aparece em uma posição discreta entre os exportadores. Ainda que seja o principal fator para o crescimento da China no mercado calçadista, o baixo valor da mão de obra não é o único responsável por tal fenômeno. As empresas chinesas se beneficiam também por fatores conjunturais favoráveis, como uma política cambial que visa manter sua moeda “yuan” desvalorizado diante do dólar. Além disso, essas empresas se beneficiam das vantagens de poder atender grandes lotes de pedidos a custos muito baixos. Como o Brasil é um país em desenvolvimento, onde grande parte das questões sociais ainda não foi resolvida, e está, portanto, à espera da ação do setor público, a importância dos impostos – principal fonte de receita do governo – torna-se ainda maior. Dada a atual carga tributária brasileira, o custo Brasil impacta os custos e, consequentemente, os preços dos produtos nacionais a ponto de inibir seu consumo. No Brasil, muitas empresas são fabricantes de produtos e consumidoras finais de mercadorias. Assim, acabam por arcar com os custos tributários transferidos dos estágios