Sermão de Santo António aos peixes
A Estrutura do Sermão
A tese – Não há verdade no Maranhão.
Os argumentos – entre outro: de experiência: (comentário de D. Fradique de Toledo e exemplo da medição do Sol pelo astrolábio no Maranhão); por analogia – (“E terra onde até o Sol mente, vede que verdade falarão aqueles sobre cujas cabeças e corações ele influi.”);
A conclusão – 11. 59-61: “Enfim, um dia estais aqui em uma altura, e ao outro dia noutra, porque os lábios são como o astrolábio. É isto assim? A vós mesmo o ouço, que eu não o adivinhei. Vede se é certa a minha verdade, que não há verdade no Maranhão.”
Os Argumentos
Os argumentos constituem parte essencial de um texto argumentativo; destinam-se a apoiar ou a refutar a tese inicial e são, frequentemente, sustentados por exemplos. Entre os mais usuais, podemos encontrar os seguintes tipos de argumentos:
De autoridade – opiniões emitidas por pessoas/entidades de prestigio na matéria a tratar e os textos de normativos legais, entre outros;
Universais – saberes universalmente aceites;
Proverbiais – valores de verdade aceites por todos, como é, por exemplo, o caso dos provérbios;
Por analogia – a partir de um caso ou exemplo especifico, em muitos aspetos semelhante ao que está em causa;
De experiência – experiências já vividas pelo próprio ou por outros;
Históricos – exemplos da tradição e da experiência histórica.
A linguagem e estilo
O Barroco na Literatura
O estilo Barroco refletiu-se, na literatura, pelo culto excessivo da forma (o cultismo) e do conceito (o conceptismo).
O cultismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, exagerada, descritiva; pela valorização do pormenor, com recurso a jogos de palavras (ludismo verbal), ao paralelismo, ás simetrias, aos contrastes, etc.
O conceptismo tem por base os jogos de ideias e conceitos que suportam um raciocínio lógico, ao serviço da arte de bem