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712 palavras
3 páginas
A Colonização do Imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização do México espanhol séculos XVI - XVIIISerge Gruzinski
Companhia das Letras
488 páginas
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Para o leitor que não pertence à academia, e mesmo para os acadêmicos que não se debruçam sobre o problema, o imaginário é uma grande incógnita, um ilustre desconhecido.
Imaginário não é exatamente algo irreal, distante do empírico, do mundo sensível. É algo que está em relação com o mundo real e com as experiências cotidianas mas que, ao mesmo tempo, não prende-se somente a elas. É uma dimensão na qual as sociedades constroem a forma através da qual vêem o mundo e a si mesmas; é na esfera do imaginário que residem os problemas de ordem histórico-antropológicos. O imaginário é composto - de forma bastante geral - de elementos que dão sentido e valor às nossas experiências sensíveis. Toda sociedade, e mesmo os grupos que as compõem, possuem seus imaginários. Imaginários sobre si e sobre os outros, questão indispensável no trato entre as culturas.
Serge Gruzinski, que é profundamente interessado tanto em história quanto em antropologia, desta vez decidiu enfrentar o problema da dominação colonial no México a partir não da esfera política e militar, mas a partir daquilo que ficou velado, que se passou na difícil esfera do invisível, da mentalidade.
É claro que um desafio desta ordem jamais será profundamente conclusivo. Não se trata de determinar o volume de produção de milho de uma determinada região ou do acordo político perpetrado entre dois grupos ou dois chefes, trata-se de penetrar no campo mais desconhecido para o ser humano - e conseqüentemente para qualquer ciência - que é o nosso próprio pensamento. Mesmo assim, não deixa de ser um estudo poderoso.
Com a chegada dos espanhóis na América, uma forma de ver o mundo ruíra; Todorov já lembrava disto alhures. Mas o que poderia ter ocorrido com a mentalidade e com a forma de ver o mundo destes nativos das Américas? E mais do que isso, onde ir