Senhor
“É tão natural buscar a virtude e evitar o vício quanto buscar a saúde e evitar a doença.” (Lowes
Dickinson)
Sexta-feira, fim de tarde. O leitor encara uma longa digressão sobre filosofia e ética? Então vamos lá. O tema é crucial nos tempos modernos, de relativismo moral exacerbado. O que se segue é uma resenha do livro O
Homem Racional, de Henry B. Veatch.
É ou não é possível para os homens definir objetivamente um padrão de valores éticos, ou seja, uma arte adequada de como viver? No mundo moderno, o relativismo ético, i.e., a crença de que não é viável a definição desses princípios éticos, tem dominado o debate intelectual.
Inserido nesse ambiente hostil à ideia de que o homem pode determinar um padrão de valores, o neoaristotélico
Henry B. Veatch escreveu, em 1962, seu excelente livro O Homem Racional, onde sustenta inequivocamente
“que é possível para os homens saberem o que é certo e o que é errado”.
Um dos pontos mais comuns que surge em defesa do relativismo ético diz respeito à quantidade de padrões morais observados na história humana. Se tantos padrões surgiram ao longo do tempo, como seria possível afirmar que há algum padrão correto?
Mas, como Veatch lembra, “o mero fato da diversidade em padrões morais humanos não exclui a possibilidade de pelo menos alguns desses padrões serem corretos e outros incorretos”. Ele faz uma analogia com a quantidade de visões diferentes sobre a astronomia, desde os antigos babilônios, passando pelos chineses da dinastia Ming, a era ptolomaica da Europa medieval e chegando à astronomia do universo einsteiniano dos dias atuais. Mesmo assim, ninguém concluiria que não há base factual para uma verdadeira ciência da física ou da astronomia. Em resumo, “o mero fato da diversidade em opinião moral e ética não é suficiente para provar a impossibilidade em princípio de conhecimento moral e ético: o mundo inteiro poderia estar errado e um único indivíduo