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Reclamar da burocracia é um esporte nacional. Leis, normas, portarias e departamentos se sucedem num esquema que desafia a lógica e o bom senso. O Estado brasileiro é grande, proporcionalmente enorme para o tamanho do país. Então é natural que algum tipo de bizarrice ocorra.
Veja o caso do Muambator, por exemplo, um serviço que preenche algumas lacunas do (terrível e instável) site dos Correios e foi inexplicavelmente bloqueado, obrigando os administradores a implementar algumas gambiarras.
Isto tudo para contar como eu perdi R$ 5 mil para a burocracia brasileira.
Um inferno silencioso
Há mais ou menos um ano iniciei uma importação de produtos diretamente da China para a Mulher, Cerveja & Futebol. Não era a primeira vez e sempre fiz dentro da legalidade. A ideia era reforçar o estoque dos pendrives de cerveja e adicionar um produto novo, diferente, com o elegante formato de um abridor de garrafa.
Eis então que escolhi um programa criado pelo governo para possibilitar a importação em pequena escala de produtos comerciais: o Importa Fácil. Teoricamente é tudo muito lindo. A empresa paga um valor fixo pelo desembaraço, não tem algumas facilidades fiscais que ocorrem na importação comum (por exemplo, paga-se uma taxa de importação fixa), mas também não há tanta burocracia. “Perfeito”, pensei.
Vários produtos da Mulher, Cerveja & Futebol vieram para o Brasil dessa forma. Pagando imposto corretamente através do Importa Fácil e estourando todos os prazos possíveis e imagináveis. Note que a maior parte destes importados estão esgotados no momento, porque faz quase um ano que não consigo mais importar desta forma.
Os problemas começam
A mercadoria saiu da China em meados de julho (do ano passado). Geralmente, uma entrega para o Brasil demora até 4 semanas por via áerea para chegar no destino. Como o Importa Fácil sempre atrasa, pois dizem em off que os despachos deste meio têm prioridade mínima (ou seja, sempre ficam no