Sem titulo 1
03/12/2001
Rio, 03/12
Tarifas, quotas, subsídios, barreiras fitossanitárias e ambientais. Estas são as medidas mais comuns adotadas por Japão, Estados Unidos e União Européia para restringir a entrada de produtos brasileiros em seus mercados, revela estudo divulgado, na sexta-feira, durante o XXI Enaex (Encontro Nacional de Comércio Exterior), pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
De acordo com o trabalho da Secex, enquanto a tarifa máxima aplicada pelo Brasil é de 55%, e mesmo assim somente para produtos agrícolas, os países desenvolvidos impõem sobretaxa de até 350% a produtos brasileiros. Sem essas restrições, as exportações anuais brasileiras poderiam aumentar US$ 13 bilhões, avalia a secretária Lytha Spíndola.
Nos Estados Unidos, as restrições atingem 60% dos produtos exportáveis do Brasil. Além das tarifas impostas a produtos industriais e agrícolas, os subsídios também dificultam as exportações. O estudo revela que os Estados Unidos gastaram, no ano passado, US$ 23,3 bilhões para subsidiar seus produtores agrícolas. Com isso, o produtor nacional, que produz a preços mais baixos, não consegue competir no mercado americano, porque o agricultor dos Estados Unidos recebe do governo para vender seu produto mais barato.
Os países ricos impõem ainda medidas antidumping para proteger suas empresas. As exportações do aço brasileiro para os Estados Unidos, por exemplo, estão ameaçadas: o preço do produto nacional é mais baixo do que o do produzido nos Estados Unidos, que, para proteger a sua siderurgia, querem restringir a concorrência do Brasil no setor.
As autoridades brasileiras estão negociando com o governo americano para evitar a adoção de medidas contra o aço. Sergio Amaral, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, argumenta que as exportações brasileiras podem ajudar a melhorar a competitividade