Selma e Sinatra
Martha Medeiros, autora gaúcha, nascida em 1961, em Alagoas, escreve colunas para os jornais Zero Hora de Porto Alegre e O Globo do Rio de Janeiro, além de publicar romances e poesias de vez em vez. Seu romance mais famoso é Divã, que inclusive foi adaptado para o teatro e cinema e logo após até um seriado de televisão, tendo a personagem principal interpretada pela famosa Lília Cabral. Entre outros títulos, se destacam: Strip-tease, poemas; Geração Bivolt, crônicas; Topless, crônicas (Prêmio Açorianos de Literatura); Trem-Bala, crônicas e Fora de Mim, romance. Martha é conhecida por tratar de assuntos do cotidiano, e faz isso muito bem, com sacadas de humor e uma inteligência afiada. Defende nós mulheres, como ninguém.
Em “Selma e Sinatra” Martha Medeiros narra o encontro de duas mulheres bastante distintas. Guta – jornalista de 41 anos, três livros publicados mas sem sucesso – que é escolhida pela própria Selma para escrever a sua bibliografia. Nisto Guta acredita ter encontrado a grande chance de sua vida que é a de escrever um sucesso e ser reconhecida pelo seu trabalho. Selma, algo em torno de 70 anos, cantora que marcou época, provavelmente terá muito o que contar. O romance se desenrola no quarto de Selma, durante as entrevistas que servirão como material para o livro que seria escrito. Os primeiros encontros, porém, são bem menos promissores do que Guta havia imaginado. Selma teve uma infância feliz, uma carreira maravilhosa, uma vida cor-de-rosa - como seria possível escrever está bibliografia sem ao menos um único furo de reportagem ou algum fato importante que poderia fazer o leitor se interessar, se tudo mais parece uma bela comédia romântica da sessão da tarde?
Uma história breve, conduzida com uma sutileza típica da Martha Medeiros. Mais uma vez Martha mostra o interior dos personagens, nos conduz a uma breve viagem aos pensamentos íntimos, aquele "eu" escondido em algum lugar. A