Segredo Me Dico
A origem:
O princípio básico do segredo, já presente no juramento de Hipócrates, é, fora de qualquer dúvida, um dos mais importantes preceitos da ética médica. Talvez, a apresentação proeminente do sigilo profissional neste importante explica a preservação do conceito de que os profissionais da saúde têm a de obrigação de guardar as confidências de seus pacientes, e assim se mantém por quase 25 séculos.
Os médicos dos nossos dias obviamente não juram mais por Apolo, nem por Asclépios, Higéia e Panacéia. Igualmente dão mostras de que abandonaram o compromisso de fornecer educação médica de graça, bem como de honrar e ajudar seus professores economicamente. Um tipo semelhante de seletividade tem estado em evidência com relação à promessa de não provocar aborto, preceito que também faz parte do Juramento. Entretanto, em que pese esta seletividade entre os princípios hipocráticos, o respeito pelo princípio do sigilo permaneceu intocado. Inclusive a maneira relativista de encará-lo continua a ser adotada, não apenas pelas sociedades médicas, mas pelos códigos de justiça da maioria dos países.
Assim, cinco motivos principais ressaltam como prováveis justificativas para a resistência do segredo a eventuais sopros de ventos abolicionistas.
A razão da discrição: Contrariamente àqueles que são naturalmente inclinados a "fazer fofoca", existe um grande grupo dos que são intrinsecamente discretos. A compostura faz parte da personalidade de muitos médicos e esta nos parece ser uma força poderosa no sentido de manterem em sigilo as confidências dos pacientes.
A razão Hipocrática: A principal razão pela qual os profissionais mantém como secretas as confidências de seus clientes é, simplesmente, porque eles acreditam que devam fazê-lo, mantendo a tradição. O médico tem ou sente um comprometimento conceitual com a razão hipocrática, isto é, ele acha que os fatos e sentimentos que o paciente lhe contou devem ser respeitados e mantidos em